Ao longo dos anos, as populações tradicionais do Médio Xingu sofreram constantes intrusões em seu território, experimentando um contato com o homem branco que foi, em grande parte, devastador. Tendo atravessado grandes eventos, como a construção da Rodovia Transamazônica e os ciclos de exploração da borracha na região, muitos indígenas Juruna se dispersaram e foram em busca de novas terras ou então passaram a viver na cidade. Após muita luta, aqueles que ficaram tem hoje seu território reconhecido e seu direito à terra assegurado.
centro de documentação juruna
Dar visibilidade ao povo indígena Juruna que ocupa a região do Médio Xingu e fortalecer sua identidade e seu patrimônio cultural por meio do fomento, registro e compartilhamento de seus bens culturais e saberes tradicionais.
Os Índios Juruna

O Projeto
Esta é a missão do Centro de Documentação Juruna, criado com o objetivo de consolidar um acervo do patrimônio cultural, social e territorial desta etnia indígena. Em sua plataforma digital, o centro reúne fotografias e vídeos da Terra Indígena Paquiçamba, retratando seus costumes, atividades produtivas e manifestações culturais.
As experiências de contato ao longo dos anos promoveram uma profunda “descaracterização” do ponto de vista cultural, fazendo com que os Juruna tenham perdido sua língua materna, rituais e costumes, o que provocou uma adaptação ao modo de vida das populações ribeirinhas. Não obstante as inúmeras dificuldades, estas comunidades hoje lutam pela reconstrução de sua imagem e identidade. Agora, esta região mais uma vez se encontra ameaçada, uma vez que sofrerá os maiores impactos sociais e ambientais com a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. Por este motivo, a salvaguarda destes povos deve ser entendida como ação prioritária e é fundamental a consecução de ações voltadas ao fortalecimento do patrimônio cultural e à defesa dos direitos destes povos.
Habitantes históricos do vale do rio Xingu, os índios Juruna estão atualmente distribuídos entre o estado do Mato Grosso, no Parque Indígena do Xingu, e o estado do Pará, espalhados pela cidade de Altamira, em assentamentos ribeirinhos na Volta Grande do rio Xingu e na Terra Indígena Paquiçamba.



Localizada na Volta Grande do Xingu, a Terra Indígena Paquiçamba compreende hoje tr ês aldeias: Furo Seco, Paquiçamba e Muratu (a grafia Mïratú também é utilizada). Atualmente, se estima que cerca de 35 famílias ocupem este território, em um total de 111 pessoas.
A criação do Centro de Documentação Juruna está inserida em um conjunto de ações de mitigação e compensação dos impactos das obras de construção da usina hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu, estado do Pará. Estas ações são previstas no Plano Básico Ambiental-Componente Indígena (PBA-CI), de responsabilidade da Norte Energia, e as atividades aqui descritas estão contempladas pelo Programa de Patrimônio Cultural Material e Imaterial, executado pela Verthic Consultoria e Participações.
O Centro é fruto de uma parceria realizada com a empresa Incomum Criatividade e Desenvolvimento Social, responsável pelo registro fotográfico e audiovisual apresentado, assim como pela formação de videoastas na TI Paquiçamba. Para proporcionar uma boa navegação pela plataforma, o site foi dividido nas seguintes seções:
Fotos: Nesta seção, o leitor é direcionado para a galeria, onde é possível escolher entre Furo Seco, Muratu, Paquiçamba e Videoastas. Em cada uma destas páginas há fotografias que retratam o cotidiano das aldeias, suas paisagens e habitantes.
Vídeos: Esta página reúne as obras audiovisuais produzidas pelos videoastas indígenas e pelo Programa de Patrimônio Cultural. Além disso, o Centro também têm um canal no site Youtube. Para acessá-lo, é só procurar por Centro de Documentação Juruna na ferramenta de busca do site, ou então clicar aqui.
Por sua vez, na seção Formação de Videoastas, tem destaque as atividades de capacitação em foto e vídeo realizadas nas aldeias. A página conta com informações sobre as atividades, um amplo registro fotográfico das oficinas e imagens dos videoastas indígenas participantes do projeto.
Aproveite.